terça-feira, 9 de outubro de 2012


Fundação de Villa Rica

            Em 1570, i.e. treze anos mais tarde após a fundação de Ciudad Real, o mesmo capitão Ruy Díaz Melgarejo funda Villa Rica del Espíritu Santo a sessenta léguas a leste do rio Paraná, em território hoje paranaense. Isso é o que dizem os autores paraguaios que consultei 82. Segundo Ramón I. Cardoso, em quem esses autores se baseiam, houve dois momentos dessa fundação: 
La primera fundación de la Villa Rica del Espíritu Santo se hizo en la Pascua del Espíritu  Santo de 1570, al este de Ciudad Real, a sesenta leguas de ella, en un campo abierto, el de Cuaracybera, lugar de las minas, tierras de los Ybarayás. Más tarde, Ruy Díaz de Guzmán la trasladó hacia el interior, sobre el Huybay (= Ivaí), cerca de la confluencia del Curimbatay  83.
  
            Cuaracybera, conforme citação abaixo, era o nome do cacique em cujas terras se fundou a vila. Por outro lado, Ruy Díaz de Guzmán (1544- ?), neto de Irala, já referido como o primeiro historiador da região do Prata, foi também militar e o fundador de Santiago de  Jerez na região do Itatim, no território do atual estado do Mato Grosso do Sul (ele era filho do espanhol cap. Alonso Riquelme, que também veio para a América na expedição de Cabeza de Vaca) 84.

            A iniciativa de fundar Villa Rica, segundo Cardozo, foi uma decisão pessoal de Melgarejo, quando estava em Ciudad Real como ”capitán de guerra y justicia mayor” e após ter sido informado de que se extraíra ouro do metal levado do Paraguai para o Peru. Decidiu então,

sin orden ni mandamiento de nadie, ir a fundar un pueblo cerca de esas minas. Partió de Ciudad Real en febrero de 1570 con quarenta hombres y cinquenta y tres caballos, rumbo al este.
Fue abriendo una picada de cuarente leguas para poder llevar los caballos y las municiones a  través de bosques y montañas para llegar a las tierras del cacique Coracibera (Cuaracybera) hacia el Huybay,  a sesenta leguas de la Ciudad Real, el primer día de Pascua del Espíritu Santo del mismo   año, en mayo más o menos. En un lugar muy bien parecido, a tres leguas de las minas, hizo edificar una iglesia y levantar al lado una cruz; luego, mandó construir allí una fortaleza cubierta de tejas de pinos “con sus torreones y troneras (= ameias) de doscientos y sesenta pies de largo (= comprimento) y treinta de ancho (= largura)”, para refugio y defensa de la gente85;  nombró alcalde a  Luis Osorio, natural de Avila, conquistador, venido de España con Alvar Núñes y dotó a la nueva población de veinte y quatro arcabuceros. Dio a la ciudad el nombre de Villa Rica del Espíritu Santo, primero, porque estaba convencido de que en ese lugar de Cuaracybera existían las ricas minas de oro y  plata que le habían asegurado los indígenas y segundo, porque la fundación la hizo el día del Espíritu Santo. Y antes de volver a Ciudad Real mandó “rozar y romper siete fanegas (= unidade de medida para cereais) de sembradura de 'bosque para roza de común para sembrar maíz e otros bastimentos” (grifos meus) 86. 
           
            Cardozo critica aqueles que adotam outra data para a fundação de Villa Rica que não seja 1570. São alvos de sua crítica De Ángelis, que adota 1575, e  Lozano y Garay, que menciona 1576. Mostra que os documentos em que se baseiam não sustentam suas afirmações 87.
                                                                                                                                                  
            Os outros autores paraguaios que consultei, como já foi dito,  são unânimes em afirmar que a data de fundação é 1570 88. Mas esse não é o caso dos historiadores paranaenses. Ruy Wachowicz, na “História do Paraná”, diz que o cap. Melgarejo fundou Vila Rica do Espírito Santo em 1579 “nas margens do rio Ivaí, próximo à foz do Corumbataí” 89. Por outro lado, Jayme A. Cardoso e Cecília M. Westphalen, no “Atlas Histórico do Paraná”, afirmam o seguinte: “Foi também Ruy Díaz Melgarejo que, por determinação do governador paraguaio, em 1576, fundou, na confluência do rio Corumbataí com o rio Ivaí, Villa Rica del Espiritu Santo (...)” 90. Cecília M. Westphalen, no “Dicionário Histórico-Biográfico do Estado do Paraná”,  repete a afirmação anterior 91.

            A explicação para tal discrepância pode ser encontrada em Chmyz. Como vimos, Villa Rica, de acordo com Ramón I. Cardozo, foi fundada duas vezes. A primeira, em 1570. Neste caso, “Cardoso (...) salienta que não há nenhuma referência à margem do rio Ivaí”, e sim a “uma região de campos, entre as nascentes dos rios Piquiri e Ivaí, ao lado do caminho por onde penetraram Alvar Nuñez Cabeza de Vaca, Hernando de Trejo e outros”, nas palavras de Chmyz. A outra data de fundação é posterior. Para Chmyz, “A transferência da povoação de Vila Rica do Espírito Santo para a margem esquerda do rio Ivaí, pouco abaixo da foz do rio Corumbataí, deve ter ocorrido após 1578.” 92

            Cabe registrar que Gadelha, apoiando-se no “Diário” do cap. Juan Francisco Aguirre (1758-1811) -- enviado pela Espanha para demarcar as fronteiras com Portugal -- adota o ano de 1576 para a fundação de Villa Rica, nas margens do rio Ivaí, mas afirma que no mesmo local seu fundador, Melgarejo, fundara dez anos antes a vila de Guarajibera. “Os espanhóis encontrariam, aí, as célebres pedras brilhantes que acreditaram ser preciosas. Para Aguirre, esta é a origem do nome de Villarica” 93.

            Como se vê, esse é outro tema que está a exigir maior investigação...

            Segundo Chmyz, Villa Rica situava-se no atual município paranaense de Fênix 94, o qual se desmembrou de Campo Mourão em 1960, segundo publicação da Secretaria da Cultura do Estado do Paraná 95.  A propósito, afirma-se aí que ela foi fundada em 1580, que foi “sitiada,  destruída  e  incendiada”  em  1632  e  que  suas  ruínas  “existem  até  hoje e foram tombadas pelo Patrimônio Histórico e Florestal em 1948.

            Por causa dos ataques dos bandeirantes, Villa Rica seria refundada várias vezes, até se estabelecer definitivamente a quarenta léguas de Assunção. Permaneceu junto ao rio Corumbataí até 1632, quando seus habitantes iniciaram tais deslocamentos, no sentido do ocidente.
  
            Cabe salientar ainda, que em 1579, a mando do governador Juan de Garay, Ruy Díaz de Guzmán fundou Santiago de Jerez, à margem direita do rio Mbotetey, onde hoje se localiza a cidade de Miranda 96 (no estado do Mato Grosso do Sul). Essa área, conhecida como o Itatim,  passaria a  subordinar-se assim ao governo de Assunção.

                                                                       ***
            A ampla região governada por Assunção envolvia, nessa época, além do Guairá, que ficava à margem esquerda do rio Paraná, as terras da margem direita desse rio, o chamado Paraguai oriental, e também o ocidental, do outro lado do rio com esse nome. Abrangia portanto a bacia desses dois rios citados, e ainda a do rio Uruguai, que desemboca no Rio da Prata, juntamente com o rio Paraná, formando o “Mar Dulce” descoberto por Solis (o nome que prevaleceu-- “Rio da Prata” -- expressa não a presença efetiva desse mineral precioso na região mas o objeto de desejo dos diversos conquistadores que nela adentravam, afinal desiludidos com a constatação de que ele já fora encontrado por Pizarro em 1531, em suas incursões no continente pelo lado do Pacífico, e com  a descoberta, em 1545, das minas de Potosi  97).

            A região subordinada ao governo de Assunção perdeu o acesso ao Pacífico quando foi criada a província de Nueva Extremadura em 1552, ainda no governo de Irala. Outra diminuição de território, além do avanço português a oeste do meridiano de Tordesilhas,  ocorreu com a criação da província independente de Santa Cruz de la Sierra em 1560, por decisão do vice-rei do Peru, que assim resolvia uma disputa entre os governos de Assunção e de Lima sobre a jurisdição dessa área 98. O mapa nº 2 mostra essas alterações de fronteiras que significavam aumento da importância relativa do Guairá no território paraguaio.




            A propósito, o governo de Assunção esteve subordinado ao Vice-Reino do Peru até 1776, quando foi criado o Vice-Reino do Rio da Prata, ao qual passou então a se subordinar 99.

            Em 1592 assume o governo pela primeira vez Hernando Arias de Saavedra, ou Hernandarias, já nascido em Assunção, genro de Juan de Garay, o (2°) fundador de Buenos Aires.     Ele   governará   esse   Paraguai com a abrangência territorial da época nos seguintes períodos: 1592-99; 1602-1609 e 1615-1621.  Nesse  último  período,  o  Paraguai  sofrerá  sua mais severa restrição territorial, pois em 1617 o Vice-Rei do Peru, reconhecendo a importância econômica crescente de Buenos Aires, decide criar a “Gobernación del Rio de la Plata”, com sede nessa cidade e jurisdição sobre Santa Fé, Corrientes e Concepción del Bermejo, e respectivas regiões. O Paraguai perdia portanto todo esse território. À “Gobernación del Guairá o Paraguay”, sediada em Assunção, caberia agora apenas Ciudad Real, Vila Rica e Santiago de Jerez, com as suas regiões 100 (cf. mapa nº 3). 





            A propósito da situação econômica do Paraguai nessa época, e de suas vilas, Gadelha afirma o seguinte: 

Desde 1607 Hernandarias reclama ao Rei da enorme extensão do território e da necessidade de  dividir em duas Governações a Província do Rio da Prata, o que possibilitaria maior vigilância ao contrabando e ao comércio ilícito. O Paraguai, porém, seria apenas zona de trânsito dessas mercadorias, não retendo seus benefícios. Na verdade se desenvolveria mui pobremente, em torno de Assunção e dos   povoados espanhóis do Guairá e Itatim, centros de reunião dos vizinhos encomenderos, que viviam quase que isolados em suas fazendas. Encontramos aí um dos exemplos mais extremos, existente na América espanhola, de comunidades que se desenvolveriam à base de uma economia natural. Economia possível devido à existência de terra suficiente, gado, agricultura de subsistência, matas abundantes e aldeias de índios encomendados a alguns pouco vizinhos,  proporcionando mão-de-obra e excedente de produção 101 

            Segundo a mesma autora, o século XVII será um século de crise da economia mundial, afetando inclusive a Espanha, cuja  crise se torna mais aguda no reinado de Filipe IV, de 1621 a 1665. Isso se refletiria sobre seus domínios coloniais na América. Nesse contexto, o Paraguai, “marginalizado das principais rotas comerciais, não consegue quebrar o isolamento a que se achava reduzido” (p. 162).

            De acordo com Gadelha, a população de Assunção decaiu de 1500 vizinhos (ou 7500 habitantes, “uma grande cidade para a época”) por volta de 1557 (ano da morte de Irala, quando Assunção vivia sua fase áurea) para 200 vizinhos (ou 1000 habitantes) em 1609, conforme a  Carta Ânua desse ano, enviada pelo provincial jesuíta Diego de Torres à Espanha (segundo esta última fonte, Villa Rica teria então 100 vizinhos e Ciudad Real, 60)  (p.139 e 162). “A maior parte da população deve ter ido tentar sua sorte em Lima e no Potosi, ou mesmo em São Vicente (Brasil) e no Tucumán, onde havia mais possibilidade de enriquecimento e trabalho”. (p.163).

            Villa Rica e Ciudad Real, em 1628, “viviam na maior penúria, como atestam os documentos jesuítas da época” (p. 166). Escreve a pesquisadora:
                                                                                                                                                
Villarica, principal cidade da Província, possuía então 200 vizinhos. Devia esta cidade desenvolver relativo intercâmbio comercial com o Brasil, vendendo índios aos paulistas, e franqueando a passagem do contrabando dos portugueses pela região. Possuía excelentes plantações de algodão, cana-de-açúcar e vinhas, criando também cabras, ovelhas e porcos para consumo local. Porém, a riqueza principal era a erva-mate, colhida nas matas de Maracaju. O trabalho nos ervais era o terror dos  índios encomendados, devido às péssimas condições existentes de clima e isolamento e falta de alimentação no local, perdendo, assim, os índios, sua vida  e saúde (p.166).

            Após abordar a carta ânua do padre Nicolas Durán de 1628-- que trata dessa exploração do trabalho indígena na coleta, processamento e transporte da erva-- prossegue a autora afirmando que os vilariquenhos dominaram o seu comércio até 1676, quando ocorre a segunda destruição de Villa Rica. A partir daí, tal domínio passa para Assunção, que inicia um comércio da erva em larga escala (p. 167).

            No século XVI a Espanha era a potência mais importante da Europa, sob os reinados de Carlos I (1516-1556)-- também imperador da Alemanha com o nome de Carlos V-- e seu filho Filipe II (1556-1598), rei da Espanha, Flandres e Milão, que em 1580 assumiu ainda o trono português.

            Filipe II tornou-se um intransigente defensor da religião católica, perseguindo os protestantes, ao contrário de Carlos V. Iniciou a guerra contra os Países Baixos que aderiram à Reforma, aos quais se aliaram a Inglaterra e França.  Devido à União Ibérica (1580-1640), os inimigos da Espanha passaram a ser também de Portugal, e suas colônias. Por isso o Maranhão foi invadido pelos franceses, em 1612, e a Bahia e Pernambuco pelos holandeses, em 1624 e 1630, respectivamente. Além disso, os navios que fossem para a América ou dela retornassem-- em particular os galeões espanhóis carregados de ouro e prata-- ficaram  sujeitos aos ataques dos piratas dessas nacionalidades.

            As fundações de Ontiveros (1554) e Ciudad Real (1557) ocorrem assim no final do reinado de Carlos V e nos princípios do de Filipe II, sob quem ainda se concretiza a fundação de Villa Rica (1570). Por outro lado,  foi durante os sessenta anos da União Ibérica, e dos trinta anteriores a ela, que existiu o “Paraná espanhol”, tema desta monografia.

            Após o período de Filipe III (1598-1621), que se destacou pela adoção de uma política de paz estabelecendo uma trégua com os holandeses, seu sucessor Filipe IV, durante seu longo reinado, retomaria as  hostilidades contra eles, mas acabou tendo de reconhecer a independência das Províncias Unidas em 1648, ano também que encerra a Guerra dos Trinta Anos entre católicos e protestantes, na realidade uma disputa entre as casas de Bourbon e de Habsburgo, na expressão de E.M.Burns (a esta última casa pertencia Carlos V e seus sucessores no trono espanhol).
                                                                                                                                                    
            No século XVII, abrangendo os reinados de Filipe III, Filipe IV (1621-1665) e Carlos II (1665-1700), a Espanha perde a supremacia militar na Europa. Ocorre, de modo geral, um enfraquecimento do Estado espanhol, que perde também o domínio sobre certos territórios europeus, inclusive o de Portugal, haja vista a restauração de sua autonomia em 1640 no reinado de Filipe IV. Como disse Magalhães Filho, a Espanha “já no final do século XVII passara a ser uma potência de segunda categoria no cenário europeu”.  Todavia, do ponto-de-vista cultural o século XVII é um período notável pelas suas realizações, com a produção de obras primas na literatura (Cervantes, Góngora,  Quevedo), teatro (Lope de Vega, Tirso de Molina, Calderón de la Barca) e pintura (El Greco, Velázquez), sendo chamado por isso de “Siglo de Oro” pelos historiadores 102.



82 Victor Natalicio Vasconsellos (“Lecciones...”, op cit, p. 63), Luis G. Benitez (“Manual de Historia...”, op cit, p. 36), Benjamín Velilla (“Aportes de Benjamín Velilla...”, op cit, p. 109) e Julio César Chaves (“Descubrimiento...”, op cit, p. 290) afirmam que Villa Rica foi fundada em 1570, seguindo a opinião de Ramón I. Cardozo, cujo livro “El Guairá: Historia de la Antigua Provincia” é de 1936.
83 Cf excertos do livro de Ramón Indalecio Cardozo (1876-1943) “El Guairá: Historia de la Antigua Provincia” em  http://www.villarrik.com/guaira.html   (acessado em  20.12.2008).  Cf também “Jesuítas e Bandeirantes no Guairá”, documento II, datado de 1595, p. 118 (Ruy Díaz de Guzmán refere-se aí ao traslado que fez  de Villa Rica para o local onde se situava nesse ano,  junto ao rio Ivaí).
84 Cf. notas de Pedro de Ángelis à “Historia Argentina del Descubrimiento, Población y Conquista de las Provincias del Río de la Plata”, de Ruy Díaz de Guzmán, disponível em http://www.cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras/68049485989571385754491/index.htm  Cf também o site http://famousamericans.net e o verbete “Guzmán” (Ruy Díaz de --) da “Enciclopedia Universal Ilustrada Europeo-Americana. Tomo XXVII. Madrid: Espasa-Calpe S.A., 1925. Sobre ele, dizem Westphalen e Balhana, com base em pesquisa documental no Archivo General de Indias, em Sevilha: “Nos anos de 1586/88, o Capitão Ruy Diaz de Guzman recebe títulos e comissões do Governador de Ciudad Real, para explorar o rio Iguatemi, o Guairá e conquistar esta região. A 6 de junho de 1588, Ruy Diaz de Guzman era nomeado para o cargo de Governador e Capitão General de Guairá e de Villa Rica.” (Westphalen, Cecília Maria e Balhana, Altiva Pilatti-- “Presença Espanhola...”, op cit, p.379).
85 Chaves complementa aqui a citação com a seguinte frase:   (Melgarejo) “trazó el pueblo y repartió entre las gentes solares para sus casas, tierras para sus chacras e indios para su servicio” (Chaves, Julio César-- “Descubrimiento...”, op cit, p. 290)
86 Cf site http://www.villarrik.com/guaira.html          
87 Cf site http://www.villarrik.com/guaira.html
88  Cf nota 82 acima
89 Wachowicz, Ruy Christovam-- “História...”, op cit,  p.30
90 Cardoso, Jayme Antonio & Westphalen, Cecília Maria-- “Atlas ...”, op cit, p.26-28
91 “Dicionário Histórico-Biográfico...”, op cit,  p.138. ...op cit, p. 138. A autora acrescenta que a recém-fundada Villa Rica contava, inicialmente, com 60 homens brancos e dominava uma região com cerca de 40 mil índios. É de se destacar, por outro lado, que em trabalho mais recente, elaborado a partir de pesquisa realizada em 1994 no Archivo General de Indias em Sevilla, Westphalen e Balhana referem-se a documento ali existente, datado de 14 de outubro de 1575 (anterior portanto ao ano de fundação de Villa Rica apontado por alguns historiadores- 1576), em que o adelantado Juan Ortiz de Zarate outorga a Ruy Díaz Melgarejo “os títulos de Governador, Capitão General e de 'Justicia Mayor' de Ciudad Real del Guairá e de Villa Rica del Espiritu Santo”. Melgarejo recebeu então, do adelantado, “vários repartimentos de índios da região do Guairá” (Westphalen, Cecília Maria e Balhana, Altiva Pilatti-- “Presença Espanhola...”, op cit, p.379)
92  Chmyz, Igor-- “Arqueologia e História...”, op cit, p. 74. Cláudia Inês Parellada, com base em declaração do procurador de Villa Rica Pedro Montañez, de 1607, cita o ano de 1589 como o da transferência de Villa Rica para seu local definitivo, motivada por uma epidemia de varíola que assolou a região do primeiro local da cidade, transferência essa determinada pelo cap. Ruy Díaz de Guzmán (cf. Parellada, Cláudia Inês— “Paraná espanhol: cidades e missões jesuíticas no Guairá”, p. 59-77, in “Missões: conquistando almas e territórios”. Curitiba: Secretaria de Estado da Cultura, 2009- p. 61).  
93 Gadelha, Regina Maria A.F.-- “As  Missões...”, op cit, p. 94-95
94 Chmyz, Igor-- “Arqueologia e História...”, op cit, p. 76.  A primeira localização de Villa Rica teria sido no município paranaense de Pitanga segundo Velilla, Benjamin- “Aportes de Benjamin Velilla...”, op cit, p. 60.
95 Ferreira, João Carlos Vicente-- “Municípios...”, op cit, p. 114-115
96 Vasconsellos, Victor Natalicio-- “Lecciones...”, op cit, p.65
97 Balhana, Altiva Pilatti et al.-- “História...”, op cit, p.48
98 Vasconsellos, Victor Natalicio-- “Lecciones...”, op cit, p. 50-52 
99 Benitez, Luis G.-- “Manual de Historia...”, op cit, p. 53
100 Vasconsellos, Victor Natalicio-- “Lecciones...”, op cit, p. 68
101 Gadelha, Regina Maria A.F.-- “As Missões...”, op cit, p. 149
102 Informações extraídas das seguintes obras:  Díaz-Plaja, Fernando- “Espanha” (col. Pequena história das grandes nações”. Direção de Otto Zierer). São Paulo: Círculo do Livro, 1976, cap. V, VI e VII, p. 35 a 66; Enciclopédia Mirador Internacional, op cit, v.8, verbete “Espanha”, p.4098-4100; Burns, Edward McNeil- “História da Civilização Ocidental”-2a ed, v.1, Porto Alegre: Ed. Globo, 1970- pp.432-434 e 537-538; Magalhães Filho, Francisco de B.B de-- “História econômica”- 9a ed, São Paulo: Saraiva, 1983, p.162-166.

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